Lado Imaginativo

13/01/2015

ARTE NAS VEIAS DO MONSTRO IDIOTA

vou aguardar o tempo necessário
esculpir o monstro idiota
vou descobrir o tempo
fechar as portas e esconder-me




embriagar-me entre amigos
soltar as notas presas
viver como ninguém
reinar sem trono
virtualizar e contemplar

rir perder e abraçar
rir perder e saborear
rir perder e enterrar
sem duvida o agora é meu

virtualizar e contemplar
soltar tudo desambiguar
disser eu amo disser eu quero
soltar mais do que queria

sim, eu sei o que quero
não é viver é criar
é perder ter e não poder
sobretudo amar sem perder

rir perder e abraçar
rir perder e saborear
rir perder e enterrar
sem duvida o agora é meu

corpos tapados em túnicas
tudo desligado
orgasmos múltiplos
vinho doces e espumantes
álcool drogas e factores
vinho doces e espumantes
álcool suores e rumores
álcool vivências e dependências



rir perder e abraçar
rir perder e saborear
rir perder e enterrar
sem duvida o agora é meu
agora é tudo nosso
depois deste traço 
é tudo nosso, tudo eu prometo.

PIRATAS E OSSOS

carrego os bolsos cheios
tabaco, isqueiro e moedas
a ganga é a minha cara
erva mortalhas e filtros
a cara de ossos feita
cheia de infantilidades

a noite está feita
de horrores vícios e mulheres
a lua esconde o medo
o dia está longe
eu viajo a noite está
longe, bares bebidas e
loucuras


lá no cimo onde ninguém
chega vivo
eu olho e sinto saudades
distante e efémero
a ganga é a minha cara
de uma idade feia
cheia de infantilidades


mar longínquo, piratas a bordo
disparo sem pensar,
cuspo para o ar
3,5,0
sou tudo agora
um inocente carente
3,5,0

piratas a bordo
álcool a caminho
a ganga é a minha cara
de idade feia
de infantilidades




agora sou resto de nada
e tudo o que possas pensar
nada mais do que isto
eu só sei fazer isto
eu vivo para nada
pois tudo se ergueu
sai do barco e saltei
para a jangada
quero passar a vida a escrever
no pensamento o que não posso
partilhar, a censura é só minha
e o cérebro esta cheio de vontade
de conseguir ejacular palavras
à toa sem medida
sem virgulas
sem pontos
sem regras,
não temos
não


12/01/2015

Neutralizante


|NEUTRALIZANTE OPORTUNO|



Dá-me uma passa desse veneno
o amor são bolas de fumo
espécies de liquido sem forma
invade-me e neutraliza-me
A combustão são truques e olhares


caminhamos horas a fio
tu eu e subimos
voltaríamos a fazer o mesmo
Chegamos ao topo e agora xiuuuuuuuu (silêncio)
a descida é a pique
abraçados desejamos
sorrimos e a gravidade
obriga-nos a beijar o chão


meu doce, dá-me mais 
eu não quero assim
tudo é tão pouco 
alguém me ouve, um abraço sem fim
só um beijo é pouco

dá-me mais
mais
dá-me mais
mais

Ó Deus da minha hipocrisia
deixa-me aqui
eu só te quero a ti 
o meu querer é amar
somos a marca da estrada
temos tudo para dar
e eu? eu morro aqui
em longitude sou esquizofrénico 
se assim tiver de ser


meu doce, dá-me mais 
eu não quero assim
uma cerveja e às vezes nada
um desdém sem sussurro desejo tudo 
alguém me ouve, um abraço sem fim
um beijo e dá-me mais

A descida


lembro-me de sair, correr
gritar e ser
eu adorava,
adorava quase tudo,
as grutas,
as descobertas,
lembro-me perfeitamente
estar deitado, ao sol,
a falar com amigos,
que se multiplicavam
em matrizes dimensionais
em simbiose, hipnotizado
pela natureza mais pura
lembro-me de caminhar
descer e não querer voltar
lembro-me de sujar as mãos,
brincar na terra, de ter fome
subir às árvores e não querer descer
se me lembro, ufa se me lembro
faz tempo, eu tinha
tinha uma mochila,
perdia-me no tempo e no espaço queria ficar,
por vezes era tarde e
e se vos digo será engraçado
por vezes era tão tarde que ...
por vezes chamavam por mim
quanto mais gritavam
mais eu desobedecia
mais eu ficava perdido no tempo.

 Texto de André Santos Dia 02 Desafio 120 de 12/01/2015

11/01/2015

As mãos da desconhecida

As mãos,






as mãos desta desconhecida
são mais do que nada
ela é bem parecida
hipnotizante e esclarecida

as mãos guiam-me
para o céu,
sentem o equinocio lunar
como se nada fosse

as desconhecidas,
o que está para sul
o lado oposto, adorava ... hum como 
adorava poder estar
perto das imagens e não sei o nome

as mãos da desconhecida 
são bem parecidas
elegantes, juvenis,
são algo que terei de 
descobrir de olhos fechados